A história do hacker que tentou extorquir dinheiro da primeira-dama, Marcela Temer, começou em abril do ano passado, quando Michel Temer ainda era vice-presidente de Dilma Rousseff e o impeachment seria votado na Câmara dos Deputados.

Na madrugada de 3 de abril, conforme o processo, que é público, Marcela notou estar sem acesso às suas contas de e-mails e aplicativos. No dia seguinte, seu irmão, Karlo Augusto, recebeu uma mensagem de Whatsapp, como se fosse de Marcela, pedindo R$ 15 mil para pagar uma conta em uma loja de tintas.

Karlo, que mora em Paulínia (SP), contou à polícia que estranhou o pedido, mas depositou a quantia na conta da loja. Ele só foi saber três dias depois, ao conversar com a irmã, que havia sido enganado.

Nesse meio tempo, Marcela começou a ser chantageada por um desconhecido que havia furtado seus arquivos eletrônicos, incluindo fotos e mensagens de Whatsapp.

O caso chegou à Delegacia Antissequestro do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) em 12 de abril. À época, o secretário de Segurança Pública de São Paulo era Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça licenciado e indicado por Temer para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Por meio de grampos e rastreamento de ERBs (torres de telefonia celular), uma força-tarefa da polícia identificou o hacker, Silvonei José de Jesus Souza. Ele foi preso em 11 de maio. No dia 13, a polícia concluiu o inquérito.

Em outubro passado, Souza foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão por estelionato (por enganar o irmão de Marcela e obter R$ 15 mil) e extorsão (por ameaçar divulgar arquivos pessoais em troca de R$ 300 mil, que não foram pagos). Hoje, Souza cumpre pena em Tremembé (SP).

Na última sexta-feira (10), a Folha publicou em seu site, às 18h45, reportagem revelando parte da chantagem feita pelo criminoso a partir de um áudio furtado do celular. A pedido do Planalto, a Justiça do Distrito Federal deu liminar para proibir a publicação de conteúdos existentes no celular de Marcela.

A Folha foi notificada da decisão judicial às 9h05 desta segunda (13). O texto foi suprimido do site do jornal, que recorreu ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

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