Brasil_Sem_Miseria_MaranhaoComo a Folha mostrou no último sábado (29), o número de pessoas no Estado abaixo da linha adotada pelo governo para definir a extrema pobreza passou de 690 mil para 815 mil de um ano para outro –um aumento de 125 mil.

Como proporção da população, isso significa que a taxa de extrema pobreza no Estado foi de 1,6% para 1,9%, aproximando-se de níveis observados pela última vez em 2005, quando alcançou 2%.

Os dados foram extraídos da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e organizados a pedido da Folha por pesquisadores ligados ao Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).

O estudo considerou a linha de miséria adotada pelo governo federal, que define como extremamente pobres todos os que vivem com renda mensal inferior a R$ 70.

Como o aumento da miséria em 2013 foi muito pequeno, os estatísticos preferem falar em estagnação do que em crescimento da miséria, que vinha diminuindo no Brasil desde 2003. A taxa de miseráveis no país foi de 3,2% para 3,6% entre 2012 e 2013, segundo os números da Pnad.

Na avaliação do governo federal, o que ocorreu foi apenas uma flutuação estatística dentro da margem de erro da pesquisa do IBGE, e a miséria continua sua tendência de longo prazo de redução.

Com base em um artigo científico de 2002, o Ministério do Desenvolvimento Social estima que a margem de erro da pesquisa seja de 0,22 ponto porcentual, para mais ou para menos. O IBGE afirma que não calculou uma margem de erro para a Pnad.

Se essa estimativa estiver correta, a variação de 0,3 ponto porcentual na taxa de miseráveis em São Paulo seria próxima da margem de erro e menos relevante, e seria preciso esperar novos levantamentos para saber se ela aponta uma nova tendência.

Os dados da Pnad mostram que a taxa de extrema pobreza no Estado caiu bastante em 2005 e 2006 e depois permaneceu praticamente estagnada, variando entre 1,6% e 1,7%. O aumento indicado pela pesquisa do IBGE em 2013 foi o primeiro desde então.

Em números absolutos, o aumento da miséria em São Paulo foi o maior do país, representando 15% do total de 834 mil pessoas extremamente pobres surgidas em 2013, segundo os números da Pnad.

Como proporção da população do Estado, o aumento de 0,3 ponto porcentual na taxa de miséria em São Paulo foi maior do que o observado em outros Estados ricos onde a extrema pobreza também cresceu no período pesquisado pela Pnad, como Minas Gerais (0,04 ponto), Rio Grande do Sul (0,2) e Paraná (0,1).

Fonte: Folha de São Paulo

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