O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, classificou como “estranhíssima”, “revanchismo” e “jogo para a plateia” a operação Catilinária, realizada pela Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), nesta terça-feira, que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão, alguns deles em sua residência oficial em Brasília, sua casa e seu escritório, ambos no Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva, às 14h45m, Cunha afirmou que “causa muita estranheza” a operação ter como parte dos alvos políticos de seu partido, o PDMB, ser realizada no dia de votação do processo contra ele no Conselho de Ética e na véspera da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

— Foi uma operação muito centrada no PDMB. A gente sabe que o PT produziu um assalto no Brasil. Todo dia a gente tem uma denúncia sobre o PT, e hoje fazem uma operação contra o PMDB. É muito estranho isso — disse Cunha, que foi questionado sobre a prisão do senador Delcídio Amaral, do PT: — Delcídio foi preso em flagrante. Qualquer um poderia ser. Não houve uma operação, nem foi uma consequência de ação do MP. O que houve é que ele foi flagrado. Então causa muita estranheza (a operação desta terça-feira).

Ele reforçou que acorda “às seis horas da manhã e que a porta estaria aberta”. E criticou que os petistas não são alvos das operações.

— Eu fui escolhido para ser investigado, todos sabem disso – afirmou.

O presidente da Câmara voltou a se declarar inocente das acusações de ter recebido propina na contratação de dois navios-sondas da Samsung Heavy Industries pela Petrobras

— Eu sou completamente inocente.

Cunha também tentou atacar a PF e o MPF:

— É sinal que eles não têm prova, têm que colher alguma.

Ao classificar a operação desta terça-feira como “revanchismo”, Cunha acusou o ministro da Justiça de participar de reuniões durante a madrugada em Curitiba, onde se concentra a força-tarefa da Operação Lava-Jato:

— Eu sou um desafeto do governo, todo mundo sabe disso. Nada mais natural que eles vão buscar seu revanchismo. O que foi fazer o ministro José Eduardo Cardozo em Curitiba para ter reuniões na madrugada lá. São coisas muito estranhas que acontecem neste governo.

O presidente da Câmara defendeu mais uma vez que o PMDB deixe o governo Dilma Rousseff.

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