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Colégio de Radiologia afirma segurança de tomografias computadorizadas

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Exame evita cirurgias invasivas, internações e outos procedimentos

O uso da tomografia computadorizada para o diagnóstico de doenças é seguro, eficaz e contribui para a redução das taxas de mortalidade e para o aumento da expectativa de vida. A avaliação é do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Em nota pública, divulgada nesta quinta-feira (24), a entidade reforça que a tomografia computadorizada impacta positivamente na queda no número de cirurgias invasivas, internações desnecessárias e tempo de permanência hospitalar.

A nota pública foi editada depois que um artigo, publicado no periódico JAMA Internal Medicine, sugeriu que, se práticas atuais de dosagem e utilização de radiação forem mantidas, cânceres associados à tomografia computadorizada poderiam, eventualmente, representar 5% de todos os novos diagnósticos da doença ao ano.

“Os pacientes devem continuar realizando tomografias computadorizadas sempre que indicadas por seus médicos, com diálogo transparente sobre benefícios e riscos envolvidos”, reforçou o CBR.

De acordo com a entidade, o estudo se baseia em modelagens matemáticas derivadas de dados de sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, cuja exposição à radiação foi aguda, de origem não médica, e em circunstâncias portanto muito distintas das que ocorrem em exames.

Ainda segundo o CBR, o modelo utilizado no estudo assume que qualquer dose de radiação, por menor que seja, aumenta proporcionalmente o risco de câncer.

“Essa premissa, no entanto, é controversa, especialmente no caso de doses baixas repetidas, como as utilizadas na maioria das tomografias computadorizadas realizadas atualmente. Importante destacar que o estudo não apresenta um levantamento baseado em observações clínicas diretas, mas sim de estimativas teóricas.

O CBR cita ainda que entidades internacionais também se manifestaram sobre o tema no mesmo sentido, incluindo o Colégio Americano de Radiologia (ACR) e a Associação Americana de Físicos em Medicina (AAPM), organização em física médica que representa mais de 9 mil profissionais em 96 países.

Confira, a seguir, a íntegra da nota pública sobre a segurança das tomografias computadorizadas:

De acordo com o presidente do CBR, Rubens Chojniak, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem considera fundamental esclarecer a população e os profissionais de saúde sobre os dados divulgados na matéria publicada recentemente na imprensa a partir de estudo da Universidade da Califórnia (UCSF).

“É essencial contextualizar adequadamente os dados divulgados para evitar interpretações alarmistas que possam gerar receios infundados e até prejuízos à saúde da população. O estudo mencionado se baseia em modelagens matemáticas derivadas de dados de sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, cuja exposição à radiação foi aguda, de origem não médica, e em circunstâncias portanto muito distintas das que ocorrem em exames”, disse Rubens Chojniak.

Ele explicou ainda que o modelo utilizado assume que qualquer dose de radiação, por menor que seja, aumenta proporcionalmente o risco de câncer. Essa premissa, no entanto, é controversa, especialmente no caso de doses baixas repetidas, como as utilizadas na maioria das TCs realizadas atualmente. Importante destacar que o estudo não apresenta um levantamento baseado em observações clínicas diretas, mas sim de estimativas teóricas.

Boas práticas

“O CBR valoriza o debate científico e reconhece a importância de promover o uso consciente e criterioso da radiação médica. Por isso, edita regularmente materiais educativos e estimula discussões permanentes sobre boas práticas no uso dos exames de imagem. Também apoia iniciativas internacionais como o Image Wisely e o Image Gently, que orientam profissionais e pacientes sobre a segurança e a adequação do uso da radiação, especialmente em populações mais sensíveis”, ressaltou ainda Chojniak.
Outras importantes organizações internacionais também se manifestaram sobre o tema no mesmo sentido, como o Colégio Americano de Radiologia (ACR) e a Associação Americana de Físicos em Medicina (AAPM), organização em física médica que representa mais de 9 mil profissionais em 96 países.

O uso das tomografias computadorizadas e outros exames de imagem qualifica muito a saúde da população, afirma o CBR, que na nota faz algumas recomendações aos pacientes e seus familiares para que tudo seja realizado de forma ainda mais segura e eficiente. Entre as recomendações está conversar com seu médico sobre o funcionamento de cada um dos diferentes tipos de procedimentos e as vantagens e os riscos envolvidos.

No contato com o médico, o paciente ou familiar pode indagar sobre alternativas ao uso de tomografias computadorizadas que não utilizam radiação e são igualmente eficazes, como ressonância magnética ou ultrassonografia, certificando-se do grau de especificidade desejado pelo médico para cada caso.

Outra medida importante é verificar a infraestrutura do local onde os exames serão realizados (padrões dos equipamentos, avaliações regulares, posse de certificações e confirmação de que os laudos são emitidos por médicos radiologistas com rigorosos critérios de formação e treinamento). Por fim, o CBR orienta que os resultados dos exames de imagens sejam guardados para comparações posteriores.

Ferramenta útil

As tomografias computadorizadas produzem imagens detalhadas do corpo, oferecendo mais informações do que exames de raios-X comuns. “O uso da tomografia computadorizada é seguro, eficaz e amplamente reconhecido pela comunidade médica como ferramenta fundamental para o diagnóstico precoce, acompanhamento e tratamento de diversas doenças. Evidências mostram, por exemplo, que a TC reduz drasticamente erros diagnósticos em casos como apendicite, além de ser decisiva na triagem e detecção precoce de cânceres como o de pulmão”, disse o presidente do Colégio.

No contexto brasileiro, o principal desafio da saúde pública é, muitas vezes, o acesso a esse tipo de exame em determinadas regiões. A indisponibilidade da tomografia, representa um risco real e mais imediato à saúde da população do que os efeitos teóricos do uso responsável da radiação médica. “O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem segue atento aos avanços científicos e tecnológicos, e permanece à disposição da sociedade e dos gestores da saúde pública e privada para contribuir com informações baseadas em evidências, que assegurem o acesso dos brasileiros a um diagnóstico por imagem seguro, ético e de excelência”, conclui o CBR em sua nota.

Fonte: Agência Brasil

AGU cria grupo para recuperar dinheiro das vítimas de fraude no INSS

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Grupo será formado por oito advogados públicos

A Advocacia-Geral da União (AGU) criou nesta quarta-feira (23) um grupo especial para buscar a recuperação do dinheiro descontado irregularmente dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A medida foi tomada após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

O grupo será formado por oito advogados públicos que vão atuar para propor medidas judiciais e administrativas para obter a reparação dos valores descontados e os danos causados contra o INSS.

Os profissionais também devem propor medidas de prevenção e enfrentamento de situações de fraudes contra a seguridade social.

De acordo com o advogado-geral da União, Jorge Messias, a AGU vai atuar para garantir a renda dos trabalhadores em situação de vulnerabilidade.

“O Estado brasileiro, os aposentados e pensionistas foram lesados por esse esquema. Por isso, também vamos buscar a responsabilização das entidades que promoveram os descontos ilegais e recuperar cada centavo desviado”, afirma Messias.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado pela Justiça em função das investigações da Operação Sem Desconto.

Vendas de veículos financiados têm queda em março, diz B3

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Houve retração para veículos leves e pesados; motocicletas destoaram

As vendas de veículos financiados no Brasil recuaram 2,3% no mês de março, na comparação com o fevereiro deste ano, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (15) pela B3, a bolsa de valores de São Paulo. Em relação ao mesmo mês de 2024, a queda foi de 3,6%. 

Ao todo, foram fechadas vendas financiadas de 551 mil veículos neste ano, entre novos e usados. 

No segmento dos veículos leves, a redução foi de 4,4% na comparação com março do ano passado. Com relação a fevereiro, a diferença para menor foi de 3,8%.

Já no setor de veículos pesados, o mês de março foi 6,7% menor que o mesmo mês de 2024, e 1,1% inferior ao fevereiro passado.

Motocicletas em alta

Os financiamentos de motocicletas destoaram da situação dos automóveis ou caminhões. As vendas financiadas do setor cresceram 4,8% diante dos números de março de 2024. E foram 1,5% maiores em relação a fevereiro passado.

“O resultado do primeiro trimestre mostra que o setor continua aquecido, dando continuidade ao movimento visto no segundo semestre de 2024. Vale ressaltar que a queda em março na comparação com o mês anterior é justificada pela sazonalidade do carnaval, uma vez que a média de veículos financiados em março por dia útil é maior do que em fevereiro”, afirma o superintendente de produtos de financiamentos na B3, Daniel Takatohi.

Fonte: Agência Brasil

Ao reduzir pobreza, Bolsa Família melhora PIB do país, diz ministro

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Municípios em situação de emergência terão benefício antecipado

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, disse nesta terça-feira (15) que os efeitos benéficos do Bolsa Família vão muito além da retirada de dezenas de milhões de pessoas da pobreza, ajudando, ao mesmo tempo, a economia local nos mais diversos municípios, resultando no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Para Wellington Dias, os erros de projeção de crescimento do PIB cometidos pelo mercado, sempre mais pessimista com relação à economia, têm sido uma constante exatamente por não levar em conta os efeitos de políticas públicas, como o Bolsa Família, para a economia.

Segundo ele, o mercado continuará a errar nessas projeções. “Temos tudo para crescer, de novo, entre 3% e 4% em 2025, enquanto o mercado diz que será 1,5%. Digo isso porque é a economia dos mais pobres o que está alavancando o crescimento no Brasil. São esses milhões de pessoas que antes não tinham dinheiro nem para comer, mas agora têm renda de trabalho; ou que ganha um dinheirinho ao se tornar um empreendedor ou com sua produção rural”, argumentou ao associar, de forma direta, saída da pobreza com crescimento econômico.

Colchão de proteção

O ministro disse ainda que as políticas públicas que vêm sendo implementadas pelo governo federal, como seguro desemprego, aposentadoria rural e o próprio Bolsa Família são, na verdade, “um colchão de proteção” que possibilitou, ao Brasil, retirar 33,1 milhões de brasileiros da fome.

“Quando o presidente Lula assumiu, essas pessoas estavam passando fome. Nós já reduzimos [esse índice em] 85%. Este dinheiro que circula na economia no Amazonas, em Brasília, no Rio Grande do Sul, no Piauí e em todas as regiões do Brasil é também um fator para o próprio desenvolvimento do país”, disse.

“A circulação desse dinheiro ali, onde essas pessoas vivem, gera um mercadinho; uma feira; açougue, verdureira; vira salão de beleza. Enfim, gera uma atividade econômica”, completou.

>>IBGE: pobreza e extrema pobreza atingem menor nível no país desde 2012

Antecipação do Bolsa Família

Brasília (DF), 15/04/2025 - O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, dá entrevista ao programa Bom Dia, Ministro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 15/04/2025 – O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, dá entrevista ao programa Bom Dia, Ministro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Wellington Dias anunciou que o governo federal libera, a partir desta terça-feira (15), cerca de R$ 14 bilhões antecipados para os beneficiários que vivem em estados e municípios que se encontram em situação de emergência ou calamidade em razão de enchentes ou de seca.

“Tomamos a decisão de antecipar o pagamento para este dia 15, nestes municípios de emergência [devido a enchentes]. Esse pagamento quebra aquele interstício do calendário e paga todo o benefício. Ele é liberado e disponibilizado nas agências da Caixa e na rede autorizada. É uma forma de poder as pessoas ter ali um dinheirinho para esses momentos de grande dificuldade”, disse o ministro, referindo-se a estados do Sul e do Norte, além do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Paraná.

Segundo o ministro, há casos em que essa situação de emergência é em razão de seca, em especial no Nordeste, como é o caso do Piauí e Ceará. A antecipação visa, também, fazer com que as pessoas passem o feriado de Páscoa com o benefício já no bolso.

Mudança de critérios

Dias criticou algumas manifestações preconceituosas com relação ao programa. Essas críticas partiriam da premissa de que o Bolsa Família supostamente desestimularia os beneficiários a buscarem outras fontes de renda, como empregos.

“Até entendo [essas críticas, quando feitas por] pessoas que não passaram fome ou que não conviveram de perto com quem já viveu a fome”, disse o ministro. “A questão é que quem passa fome não tem disposição para outra coisa a não ser ir atrás de comida. A ponto de se submeter a situações constrangedoras”, acrescentou ao afirmar que, entre as consequências maléficas da fome, está a prostituição e “pessoas que se dispõem a dedicar um dia inteiro de serviço por um prato de comida”.

A fim de garantir que o programa cumpra a função de ajudar as pessoas a superarem a pobreza, Wellington Dias disse que algumas mudanças profundas foram implementadas a partir de 2023, inclusive possibilitando que o benefício não seja cancelado imediatamente, após o beneficiário ter sua carteira de trabalho assinada.

“Ter a carteira assinada não pode ser critério para cancelar benefício, uma vez que o objetivo é alcançar a superação da pobreza. Havia um medo [entre os beneficiários] de, quando alcançar uma determinada renda, deixar de receber o Bolsa Família. Isso porque, tinha uma fila do tamanho do mundo [para, posteriormente, caso perca o emprego, se retornar ao Bolsa Família]”.

“Alteramos isso. Agora quem entra no cadastro único do Bolsa Família só sai para cima, através de uma renda de superação da pobreza. E se perde essa renda, volta automaticamente ao programa”, completou.

Sazonais e empreendedores

Dias lembrou que as mudanças que vêm sendo implementadas no programa está atenta à situação dos trabalhadores que prestam serviços de modo sazonal, de forma a evitar que alguma renda extra temporária resulte no fim do benefício.

“Sabemos que tem aquelas pessoas que, em um mês de trabalho apenas, recebe um salário mais elevado do que o primeiro, e acaba saindo por conta do salário daquele mês. Para evitar isso, agora a gente divide esse salário por 12 meses. E consideramos a média da renda de 12 meses”, explicou o ministro.

Segundo ele, só com essas modificações o sistema beneficiou 4 milhões de famílias, o que equivale a algo como 10 milhões de pessoas que recebem Bolsa Família e salário.

“Tem também os que estão empreendendo. Quando a renda sobe e chega à faixa de saída da pobreza. Estamos falando aqui de 7 milhões de pessoas que, nesse instante, estão trabalhando e recebendo o Bolsa Família. Foram 16,5 milhões de brasileiros que passaram a trabalhar [empreendendo], além dos muitos com emprego sazonal”.

Fonte: Agência Brasil

Vacinação nas escolas: crianças são imunizadas e atualizam caderneta

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Ação é uma parceria dos ministérios da Saúde e Educação

Isis Caiano de Almeida tem 10 meses de idade e chegou cedo ao Centro de Educação de Primeira Infância Sempre Viva, em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros de Brasília.

A agenda na creche nesta terça-feira (15), entretanto, foi um pouco diferente dos demais dias. Com a autorização dos pais, a bebê foi imunizada por profissionais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal dentro da própria instituição de ensino.

A equipe de enfermagem no centro conseguiu atualizar toda a caderneta de vacinação de Isis, que estava com cinco doses em atraso. Agora, a bebê está imunizada contra a febre amarela, a gripe e a covid, além de receber os reforços contra a poliomielite e da chamada pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B.

Brasília (DF) 15/04/2025 A Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil  na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia, DF  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Crianças da creche conseguiram atualizar as cadernetas de vacinação – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ana Liz do Nascimento, de 7 meses de idade, era a próxima na fila para ser imunizada na instituição de ensino. Como estava com a caderneta de vacinação em dia, a bebê recebeu apenas a dose contra a gripe, que começou a ser aplicada no Distrito Federal há poucas semanas.

Do lado de fora da sala de vacina montada na creche, Manuela Almeida, de 2 anos de idade, e a amiga Sofia dos Santos, de 3 anos, se preparavam para serem imunizadas.

“Não vamos chorar”, garantiram as duas, enquanto aguardavam, de mãos dadas, no pátio da escola.

No momento da aplicação das doses, entretanto, o cenário foi um pouco diferente. Manuela, que permanecia calma até então, juntou as mãozinhas e ficou apreensiva. Ameaçou chorar, mas logo voltou a sorrir com as brincadeiras da tia do maternal. Sofia, que faz aniversário nesta terça-feira, recebeu três picadinhas, conseguiu segurar o choro e viu a equipe de saúde toda cantar parabéns pra ela.

“A gente tem todas as vacinas aqui. Só não tem a da dengue, porque fora do ambiente da UBS [Unidade Básica de Saúde], precisaríamos da presença de um médico, e a BCG, que é uma vacina dada em crianças ao nascer. As demais, todas, a gente tem. Aquela criança que está com o cartão atrasado pode atualizar aqui, sem necessitar dos pais se deslocarem de casa, saírem do trabalho. É uma oportunidade muito boa”, explicou a enfermeira da sala de vacinas da UBS 12, de Ceilândia, Thais Maria Alves Pereira.

Thais lembra que a vacinação nas escolas tem como meta ampliar as coberturas vacinais no país e como a ação é implementada.

Brasília (DF) 15/04/2025 A Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil  na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia, DF.  A enfermeira Thais Alves Pereira, fala com a Agência Brasil  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Enfermeira Thais Alves Pereira considera muito importante a oportunidade de vacinar as crianças na creche – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
“Primeiro, a gente faz uma triagem na caderneta, para ver qual a necessidade da criança e se há vacinas em atraso. Antes disso, a gente já mandou uma autorização para a direção da creche, que foi encaminhada aos pais ou responsáveis. Tem pai que autoriza, por exemplo, só a vacina da gripe. Outros, só a da covid”, explicou.

De acordo com a diretora do Centro de Educação de Primeira Infância Sempre Viva, Josy Gabriela Cordeiro, a ação de vacinação acontece todos os anos na instituição.

“É uma necessidade. Nem sempre as famílias têm condições de atualizar a caderneta de vacinação das crianças. Vou puxar sardinha para os pais aqui da escola, porque eles são muito participativos e comprometidos. Nas nossas salas, nem todas as crianças precisam ser vacinadas. Mas esse processo facilita muito para aqueles que não conseguem”, disse.

“É o nosso papel dar assistência. A gente está aqui para dar assistência a essas famílias. E garantir o direito à saúde das crianças, promovendo bem-estar”, disse.

“Facilita muito. Vale ressaltar também a confiança que as famílias têm em nós. No caso daquelas crianças que choram demais ou que têm alguma reação à vacina, a gente liga para os pais. Não tendo [reações], elas permanecem as 10 horas, no período integral, aqui. De 7h30 às 17h30”.

Brasília (DF) 15/04/2025 A Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil  na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia, DF. A diretora da creche, Josy Gabriela Cordeiro, fala com a Agência Brasil  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Diretora da Creche Sempre Viva, Josy Gabriela Cordeiro, ressalta a importância da assistência a toda a família – Foto:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Segundo Josy, a parceria com a UBS próxima à escola vai além da vacinação das crianças e se estende ao longo de todo o ano letivo inteiro.

“Eles são nosso parceiro número um. Fazemos marcação de consulta e atendimento de fato para todas as famílias. A UBS faz também saúde bucal aqui na creche, marcação de consulta, saúde da mulher. Tem muita parceria, não só com as vacinas”, garante.

Entenda

Escolas públicas de todo o país iniciaram na segunda-feira (14) uma mobilização para atualizar a caderneta de vacinação dos alunos. A ação faz parte do Programa Saúde na Escola, uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação para ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes.

Ao todo, 5.544 municípios participam da campanha, que envolve cerca de 27,8 milhões de alunos de 109,8 mil escolas, 80% das instituições da rede pública de ensino do país.

Brasília (DF) 15/04/2025 A Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil  na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia, DF  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, é a maior adesão da história do programa, criado em 2007.

A meta é vacinar, até o próximo dia 25, pelo menos 90% dos estudantes menores de 15 anos de idade. Serão aplicadas doses contra a febre amarela, além da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), da DTP (tríplice bacteriana), da meningocócica ACWY e da vacina contra o HPV.

“As ações contam com a participação de profissionais do SUS [Sistema Único de Saúde], cujas equipes vão vacinar no ambiente escolar, ou as instituições de ensino levarão os estudantes até uma Unidade Básica de Saúde, sempre com a autorização dos responsáveis”, informou o ministério.

Fonte: Agência Brasil

Ministério da Saúde quer incorporar vacina contra chikungunya ao SUS

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Mosquito sucking blood from people.

Vacina foi desenvolvida pelos laboratórios Valneva e Butantan

O Ministério da Saúde vai pedir a incorporação da vacina contra chikungunya no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante, produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa farmacêutica Valneva, teve seu registro aprovado esta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em nota, o ministério informou que o pedido de incorporação será encaminhado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) “para adoção das medidas imediatas necessárias para dar seguimento à avaliação da oferta do novo imunizante na rede pública de saúde”.

A expectativa da pasta é que, uma vez aprovada e havendo capacidade produtiva, a vacina seja incorporada ao Programa Nacional de Imunizações.

Entenda

A vacina foi desenvolvida pelo laboratório Valneva em parceria com o Instituto Butantan e, segundo o ministério, representa um avanço significativo no enfrentamento de arboviroses.

A chikungunya é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e do vírus Zika. A doença causa febre alta e dores intensas nas articulações, podendo evoluir para dor crônica em alguns casos.

O vírus foi introduzido no Brasil em 2014 e, atualmente, todos os estados brasileiros registram casos. Até o dia 14 de abril, o país já havia registrado 68,1 mil casos da doença, com 56 óbitos confirmados.

Tecnologia nacional

Ainda de acordo com a pasta, a vacina aprovada pela Anvisa já havia sido aprovada por agências regulatórias internacionais como a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e a Agência Europeia de Medicamentos, para uso em adultos.

O imunizante é uma vacina recombinante atenuada, de dose única, indicada para pessoas a partir de 18 anos que estejam em risco elevado de exposição ao vírus. A dose é contraindicada para gestantes e indivíduos imunocomprometidos.

A previsão é que a produção inicial do imunizante aconteça na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH, com previsão de transferência de tecnologia para fabricação futura no Brasil pelo Instituto Butantan.

Fonte: Agência Brasil

Brics lança concurso para startups lideradas por mulheres

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Inscrições ficam abertas até 4 de maio

A presidência brasileira do Brics – bloco formado atualmente por 11 países – está lançando um concurso para impulsionar o empreendedorismo feminino como motor de desenvolvimento econômico e inovação sustentável. A iniciativa busca dar visibilidade a negócios liderados por mulheres que oferecem soluções práticas e inovadoras para desafios enfrentados por suas comunidades e mercados.

O Brics Women’s Startups Contest 2025 tem a colaboração do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Aliança de Mulheres de Negócios do bloco (Brics WBA).

A expectativa é atrair até 2 mil inscrições, demonstrando o alcance e relevância da ação para o fortalecimento do empreendedorismo feminino. O concurso está aberto a startups lideradas por mulheres dos países do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Indonésia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes) e parceiros: (Bielorrúsia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão). Startups do Quirguistão, de Moçambique, do Lesoto, de Zâmbia e do Zimbábue também poderão participar, desde que operem nos mercados do Brics ou apresentem planos consistentes de expansão para essas regiões.

As inscrições estão abertas até 4 de maio de 2025 e devem ser feitas por meio do site oficial da presidência brasileira do bloco.

A iniciativa está em sintonia com as prioridades estabelecidas pela presidência brasileira do Brics, voltadas à integração econômica, ampliação de parcerias estratégicas e à promoção de ações que gerem impacto social e econômico duradouro.

Categorias

As candidatas poderão concorrer em seis categorias principais, que refletem áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e a inclusão econômica dos países do Brics. O concurso está dividido em seis áreas: saúde e bem-estar; agricultura e segurança alimentar; educação e desenvolvimento de habilidades; energia, infraestrutura e mobilidade; comércio, serviço e transformação digital; e desenvolvimento sustentável e soluções climáticas.

Neste ano, o Sebrae é um dos responsáveis pela organização. Com o apoio da instituição, o Brics Women’s Startups Contest 2025 busca criar um ambiente propício para que empreendedoras se conectem com investidores, aceleradoras e ecossistemas globais de inovação. A finalidade é incentivar o crescimento desses negócios e promover seu acesso a novos mercados.

Premiação

As 18 finalistas participarão de missão técnica ao Rio de Janeiro, de 1º a 8 de julho deste ano, com todas as despesas cobertas, incluindo passagens aéreas, hospedagem e um valor em dinheiro. Durante a semana, poderão conhecer hubs de inovação, apresentar seus projetos para investidores e líderes empresariais e participar da cerimônia de premiação do Brics Business Forum.

O concurso reforça o compromisso do Brasil em promover o empreendedorismo feminino e facilitar o acesso a mercados globais para startups e pequenos negócios inovadores. As discussões no âmbito do Brics têm destacado a importância da cooperação tecnológica e da inclusão produtiva para o crescimento sustentável.

Fonte: Agência Brasil

Brasil sobe no ranking de desempenho industrial, comemora Mercadante

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BNDES aprovou R$ 196 bilhões para financiamento da indústria

Em 2024, o Brasil recuperou a posição de 25º no ranking mundial da indústria da transformação, produzido pela agência da ONU para promoção do desenvolvimento industrial – a Unido, sigla para o nome em inglês United Nations Industrial Development Organization

Esse é o melhor lugar atingido pela indústria brasileira desde 2019. No ano anterior, o Brasil figurava na 45ª posição do ranking.

Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), comemorou a evolução no ranking e disse que o banco público é ator fundamental na evolução.

“Em dois anos, no BNDES, já aprovamos mais de R$ 196 bilhões em 145,5 mil operações em crédito na NIB [Nova Indústria Brasil], mais de 70% do total previsto para o programa até o fim do governo”, ressalta o presidente, em nota. 

O presidente enfatiza que o avanço da indústria brasileira é “resultado do esforço do governo Lula em neoindustrializar o país a partir de políticas públicas articuladas e inovadoras, especialmente a Nova Indústria Brasil (NIB).”

O presidente do BNDES destaca ainda que o incremento para a indústria foi superior ao de outros setores.

“Em 2024, as aprovações de crédito do BNDES para a indústria superaram as aprovações para o agronegócio, fato que não acontecia desde 2017 e que indica a melhoria na qualidade do crédito disponibilizado pelo BNDES.”

Ainda de acordo com o presidente do banco, “as aprovações de crédito do Banco para micro, pequenas e médias empresas, incluindo a indústria, bateram recorde no ano passado. Tivemos ainda aprovações recorde para a indústria de fármacos, o maior valor de aprovações de crédito para o setor automotivo desde 2017, o maior volume de aprovações de crédito para exportações desde 2014 e o segundo maior volume de crédito aprovado para biocombustíveis da história do BNDES.”

Fonte: Agência Brasil

Guerra na Ucrânia tem mais de 48 mil desaparecidos, diz Cruz Vermelha

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Agência Brasil falou com Patrick Griffiths, porta-voz da CICV no país

A Guerra entre Rússia e Ucrânia deixou dezenas de milhares de mortos e feridos, além de centenas de milhares de refugiados. Mas há outro dado do conflito que mostra os efeitos humanitários devastadores do conflito: segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), há pelo menos 48.700 pessoas desaparecidas, desde fevereiro de 2022, quando a atual fase da guerra começou.

O dado inclui civis e militares de ambos os lados. “Esse número vem de pessoas que nos procuram em busca de alguém. Pode ser um marido procurando sua esposa, uma irmã buscando por um irmão, um pai sobre o filho. Eles não sabem onde a pessoa está. Pode ser um civil ou soldado lutando nas linhas de frente, mas seu paradeiro é desconhecido”, afirmou o porta-voz do CICV na Ucrânia, Patrick Griffiths, em entrevista à Agência Brasil.

Os desaparecidos, segundo o CICV, têm crescido desde o início do conflito. Em dezembro de 2024, por exemplo, os desaparecidos somavam 43 mil pessoas. O organismo humanitário internacional, apesar disso, descobriu o paradeiro de pelo menos 12.500 pessoas.

“Através do nosso trabalho e da nossa possibilidade de conversar com pessoas na Rússia e na Ucrânia, conseguimos fornecer alguma resposta para as famílias. Não é sempre a resposta que eles esperavam, ou seja, o ente querido foi confirmado como prisioneiro de guerra em um dos dois países ou foi tragicamente morto. Então não é sempre o que as famílias esperavam, mas, mesmo assim, é uma conclusão [para a busca]”, informou Griffiths.

De acordo com ele, às vezes são necessários anos para saber o que aconteceu com os desaparecidos, mesmo depois do fim de um conflito.

Conflito hoje

O porta-voz do CICV disse que não há sinal de arrefecimento do conflito e que diariamente seus colaboradores recebem informações de bombardeios e sobre mortos. “Estou em Kiev, longe das frentes de batalha, mas sábado [dia 5], eu e meus colegas fomos acordados por volta das 5h da manhã, pelo som de uma série de explosões. Estou aqui desde junho do ano passado e eu não lembro de ter ouvido tantas explosões”, afirmou Griffiths.

Ele explica que, mesmo hoje, quatro anos depois da invasão russa a novos territórios ucranianos, o que os funcionários da CICV presenciam é comovente.

“Quase todos os dias, vejo informes e ouço dos meus colegas sobre ataques que tiram as vidas de civis. Vemos casas sendo destruídas todos os dias, vemos crianças morrendo e sendo feridas. Civis não deveriam estar pagando o preço por esse conflito”.

“Apesar de toda conversa sobre paz e negociações, o que é uma coisa positiva, nosso foco, como uma organização humanitária, são as necessidades humanitárias agora, do dia-a-dia, e ainda há pessoas que estão sendo mortas ou feridas, que tiveram suas casas destruídas, que perderam seu sustento, que perderam suas famílias. Há pessoas que tiveram suas vidas destroçadas e mudadas para sempre”, lamentou.

>>Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia e como ele afeta o Brasil

 Prisioneiros

Uma das tarefas da CICV no conflito da Ucrânia é checar a situação dos prisioneiros de guerra e a situação em que eles estão sendo mantidos em prisões russas e ucranianas. Mas mesmo a situação de neutralidade da organização não garante que ela tenha acesso a todas as instalações onde essas pessoas estão aprisionadas.

“Nós conseguimos visitar milhares de prisioneiros de guerra em ambos os lados. O acesso não é simétrico. Conseguimos fazer muito mais visitas aos prisioneiros russos mantidas na Ucrânia do que no outro lado. Mas vamos continuar defendendo uma melhoria do acesso e estamos sempre em conversa com as autoridades de ambos os lados para tentar melhorar nosso acesso humanitário”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Instituições se unem para desvendar pinturas rupestres em Itatiaia

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Descoberta pode dar pistas sobre povos originários do estado do RJ

Pesquisadores do Museu Nacional, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Parque Nacional do Itatiaia (PNI) fazem parte de um grupo de trabalho criado para buscar respostas sobre as recentes descobertas de pinturas rupestres em uma área do parque, localizado na Serra da Mantiqueira, em uma área de divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. A investigação quer decifrar mistérios como a idade e as origens das pinturas, encontradas em uma gruta.

A professora do Programa de Arqueologia do Museu Nacional, MaDu Gaspar, conta em entrevista à Agência Brasil que o grupo busca, inclusive, outros registros de povos que viveram nos arredores.

“Regiões que têm abrigos e grutas com pinturas rupestres dificilmente são um ponto isolado. Estamos investindo nessa vertente. Ao mesmo tempo, estamos conhecendo fisicamente aquele espaço, pensando em rotas, trajetórias, recursos. Esse é o momento inicial da pesquisa. Estamos tomando contato com essa realidade até então desconhecida por nós. Temos ainda um longo caminho pela frente”, pontuou. 

Segundo a professora, embora tenham sido descobertas em 2023, as pinturas só foram divulgadas recentemente, para que o parque tivesse tempo de se organizar para evitar a presença de visitantes no local, que é um lugar de caminhadas. Uma das primeiras ações foi comunicar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Os sítios arqueológicos são gerenciados pelo Iphan, e todas as ações, mesmo de arqueólogos, têm que ser autorizadas pelo Iphan. Eles estão acompanhando de uma forma bem cuidadosa, para dar a devida importância a esse testemunho arqueológico”, esclareceu a pesquisadora.

De acordo com a arqueóloga, a prioridade neste momento é assegurar a preservação deste sítio. Para isso, também foram instaladas câmeras e foi realizado um trabalho de esclarecimento com os funcionários e a diretoria do parque nacional.

Uma das maiores interrogações dos pesquisadores é saber quando as pinturas foram feitas, mas a resposta só será conhecida com o avanço dos estudos. “A gente está trabalhando com a possibilidade de estar em torno de 2 mil, 3 mil anos, mas a pesquisa é incipiente ainda. Acabou de começar”, explicou MaDu Gaspar, que adiantou que os pesquisadores já reuniram fortes indícios da presença de caçadores naquele local.

Descoberta por acaso

As pinturas foram localizadas pelo supervisor operacional da parte alta do Parque Nacional de Itatiaia, considerado o primeiro parque nacional do Brasil pela concessionária Parque Tur, empresa responsável pela gestão da visitação pública da área de conservação. Andres Conquista descobriu a gruta enquanto fazia uma escalada na região. Ele conta que o que chamou a atenção dele foi uma florada com mais de 15 lírios vermelhos e, ao se aproximar para tirar fotos das flores, se deparou com uma pedra de formação diferente, que despertou sua curiosidade. Ao entrar na gruta, encontrou as pinturas.

“O primeiro impacto foi de bastante preocupação. Nunca tinha visto uma pintura rupestre na minha vida, então, não sabia o que era. Achei que fosse uma coisa de turistas, pichações. Alguns segundos depois, vi que não tinha nomes ou datas. Aí, me toquei de que poderia ser uma coisa bem antiga. Tirei fotos e levei para o pessoal do ICMBio”, revelou, à Agência Brasil, acrescentando que estava presente quando a equipe do ICMBio foi ao local pela primeira vez para checar as pinturas.

“Até então, eles sabiam só o que eu tinha falado, mas, quando fomos juntos, foi uma alegria muito grande. Para mim, foi como se eu tivesse redescoberto. Foi muita felicidade na hora”.

Rio de Janeiro (RJ) 07/04/2025 -  Pesquisas das pinturas rupestres no PNI.
Foto: Concessionária Parquetur/PNI/Divulgação
Lírios vermelhos chamaram a atenção e proporcionaram descoberta Concessionária Parquetur/PNI/Di

Para a professora, a descoberta é extremamente importante, porque o Rio de Janeiro recebeu muitos pesquisadores desde a época do Império e é considerado berço da arqueologia brasileira. Então, havia a sensação de que o estado já estava bem mapeado pelos cientistas.

“Nos causou surpresa achar um sítio inédito. Não que esses sítios não existam em outros lugares. Existem em Minas [Gerais], mas não havia uma manifestação deste tipo em território fluminense. Se ainda fosse lá no alto do pico, onde só um ou outro montanhista chega. Mas não, é em um lugar acessível. Como ninguém tinha visto? Eu já fiz caminhada lá”.

O professor do Departamento de Arqueologia da UERJ Anderson Marques Garcia destacou que, até essa descoberta, no desenvolvimento da arqueologia no estado do Rio de Janeiro, os espaços ao longo da costa eram os que mais atraíram os pesquisadores, enquanto o interior e suas diferentes manifestações, às vezes, nem chegaram a ser pesquisadas. Garcia reforçou a preocupação com a preservação do novo sítio arqueológico.

“Além de pichações ou coisas do tipo, a pessoa pode ir lá e resolver escavar, para ver o que tem ali dentro. Isso pode atrapalhar muito o desenvolvimento de pesquisas futuras. O sítio é pequeno, e a gente precisa ter todo o cuidado e toda a calma possível para tentar entender  e, possivelmente, trazer algumas respostas no futuro sobre a temporalidade, sobre como eram essas pessoas e quando estiveram ali. Se elas estavam culturalmente relacionadas com grupos que a gente sabe que ocuparam o que hoje é São Paulo, Minas Gerais, ou com essas evidências que temos encontrado no Vale do Paraíba”.

Área isolada

A área da descoberta foi isolada para que os especialistas façam os estudos. De acordo com a assessoria de imprensa da Parquetur, “haverá a cobrança de multas pesadas para quem desobedecer a orientação”.

Não há prazo para que o local seja liberado a visitantes, uma vez que ainda não se pode determinar o tempo que os pesquisadores vão levar para analisar a descoberta.

“Agora, é total preservação e controle para que ninguém invada aquela área até que os estudos sejam concluídos”, informou a assessoria, que considera ser possível que, com a conclusão dos estudos, a área possa motivar visitantes.

Fonte: Agência Brasil