Assim com em todo o país, os números de partos normais em relação às cesáreas é baixo na Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo.
Para se ter uma ideia no último trimestre dos 189 partos registrados no hospital, 66% são referente às cesáreas. De agosto a outubro são 125 cesáreas e apenas 64 partos normais. O Ministério da Saúde preconiza o limite de 15% de cesáreas.

Além dos maiores riscos às mães e bebês, o alto índice de cesáreas impede o hospital de receber verbas do Ministério da Saúde.

Para tentar conscientizar as futuras mamães sobre os benefícios do parto normal, a Santa Casa de Santa Cruz desenvolve uma série de atividades. O primeiro passo é colocar a gestante em contato com o hospital na 36ª semana de gestação- o nascimento se dá da 37ª a 41ª semana. Desta forma a mulher além de ser examinada na reta final do pré-natal, também terá acesso à equipe de obstetras e enfermeiros.

Mais uma ação é a visita da enfermeira da maternidade da Santa Casa, Jacqueline Aparecida Ribeiro Lubatsch, às Unidades de Saúde de Santa Cruz e Bernardino de Campos.

Durante os encontros com as gestantes a enfermeira transmite orientações como os tipos de parto, métodos de alívio das dores, formas de ajuda para dilatação, contagem das semanas, alojamento conjunto, dicas para amamentação, cuidados com umbigo do bebê e até mesmo como banhar a criança.
No futuro há intenção também da formação do grupo de doulas, mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante após o parto. As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode diminuir: em 50% as taxas de cesárea, em 20% a duração do trabalho de parto, 60% dos pedidos de anestesista, em 40% o uso da ocitocina e em 40% o uso do fórceps.

Para a enfermeira da maternidade a maior adesão das mulheres à cesárea está relacionada ao fato da possibilidade do agendamento do dia conveniente e o temor da dor do parto normal.

No entanto, Jacqueline cita alguns dos benefícios do parto normal, preconizado inclusive pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
O parto normal é menos invasivo, com menor risco de infecção puerperal e hemorragia, atonia uterina (quando o útero não contrai), histerectomia (retirada do útero), possibilidade de transfusão e sem contar a possibilidade de infecção da cicatriz cirúrgica da cesárea. Além disso, após o parto normal o leite da mãe desce mais rapidamente.

Para o bebê a cesárea pode gerar desconforto respiratório, icterícia (cor amarelada) e dificuldade para se alimentar, pois não tem sucção.
“Mesmo com orientação, acredito que há muito medo da dor e do desconhecido por má preparação e pré-natal insuficiente”, esclarece a enfermeira.
A enfermeira chefe do centro cirúrgico, Fernanda de Souza Garcia Luvisotto, teve seu segundo filho, Henrique, no último dia 4 de novembro e optou pelo parto normal nas duas vezes. O primeiro filho se chama Ricardo Junior.

“Parto normal é saudável, muito bom e natural, além disso, é uma dor suportável e para o bebê é muito melhor”. Fernanda conta que ao sair do hospital se sentia bastante disposta. “O leite já desceu no dia seguinte, é tudo muito fantástico”.

A enfermeira conta ainda que trabalhou até o último dia antes de dar a luz. “Não tirei nenhuma licença. É sempre bom ressaltar que gravidez não é doença”. Fernanda destaca também a importância da orientação e dedicação do médico para que a mãe se sinta confiante e segura.

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