As guerras e os conflitos armados em vários países atingiram níveis extremos e têm um impacto “desproporcional e intolerável sobre as crianças”, disse hoje (13) a representante especial das Nações Unidas (ONU) para as Crianças e os Conflitos Armados, Leila Zerrougui. Estima-se que atualmente haja mais de 250 mil crianças recrutadas no mundo por Estados ou grupos armados.

“Na Síria, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana, mas também na Somália, no Iraque, Afeganistão e em muitos outros países, milhares de crianças são recrutadas, mortas, mutiladas, violentadas, doutrinadas e forçadas a cometerem atrocidades”, informou Leila Zerrougui.

Na República Centro-Africana, desde o início dos conflitos por razões étnicas, religiosas e políticas, no final de 2012, calcula-se que entre 3,5 mil e 6 mil crianças tenham se juntado a grupos armados. Em todo o mundo, estima-se que haja entre 250 mil e 300 mil crianças-soldado. A ONU elaborou uma lista de 55 países em que o recrutamento de menores de 18 anos é praticado. Oito governos e 46 grupos armados são acusados de recrutar crianças como soldados.

Entre os oito países em questão (Afeganistão, República Democrática do Congo, Birmânia, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Chade e Iêmen), seis aprovaram um plano de ação que inclui a proibição de recrutar crianças. O Iêmen e o Sudão estão prestes a assiná-lo.

“Recrutar uma criança menor de 15 anos é considerado um crime de guerra”, disse Zerrougui.

Devido aos entraves ao acesso a países em guerra, é difícil quantificar a amplitude do fenômeno, informou a representante especial das Nações Unidas. Na Síria, embora o governo não recrute crianças para o Exército, vários grupos armados as usam como combatentes.

“As crianças são utilizadas como escudos humanos, para realizar atentados suicidas, são vítimas de violência sexual”, lamentou.

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