O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou o convite para ser o novo ministro da Justiça a partir de 1º de janeiro de 2019. A decisão foi oficializada por meio de uma nota oficial, após o juiz se reunir brevemente com o presidente eleito Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Na nota, o juiz da Lava Jato disse que aceitou o “honrado convite”, mas o fez com “certo pesar”, já que terá de deixar a magistratura após 22 anos. O magistrado afirmou que, “para evitar controvérsias desnecessárias”, vai se afastar de novas audiências da Operação Lava Jato — ele não tomará o depoimento do ex-presidente Lula, agendado para o próximo dia 14.

Confira a nota na íntegra:

“Fui convidado pelo senhor presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes“.

Em seguida, o presidente eleito oficializou o anúncio por meio de sua conta no Twitter, meio pelo qual tem se manifestado publicamente. Citou a agenda anticorrupção e anticrime organizado.

Moro assumirá uma pasta ampliada, que teria a reintegração da área de Segurança Pública, desmembrada na gestão Michel Temer, além da Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, da Controladoria-Geral da União e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

O convite havia sido anunciado publicamente por Bolsonaro em entrevista ao SBT após a eleição. Na ocasião, o presidente eleito disse que pretendia contar com o magistrado para o seu ministério ou ainda indicá-lo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

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