O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 72, viaja de helicóptero para o Aeroporto de Congonhas para ser encaminhado a Curitiba. Às 19h45, ele chegou à Superintendência da PF, na Lapa, onde fez o exame de corpo de delito. O procedimento é rotina para qualquer preso. Até o momento, a defesa do ex-presidente não quis se pronunciar a respeito.

Lula deixou o Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, no ABC paulista, neste sábado (7), para se entregar à Polícia Federal e cumprir o pedido de prisão expedido pelo juiz federal Sergio Moro na última quinta-feira (5). Por volta das 17h, ele entrou no carro com o advogado Cristiano Zanin Martins, mas foi impedido de sair pela militância à frente do portão. Foram quase 26 horas para se entregar após o esgotamento do prazo dado por Moro –e 49 horas depois de proferida a decisão.

Ele foi a pé para evitar novo impedimento, entrou em outro carro que estava fora do sindicato e foi em comboio da polícia. Teve muito empurra-empurra para barrar sua saída do ex-presidente. Houve gritos para que ele não se entregasse.

Líder da equipe de defesa, Zanin Martins acompanhou o petista na saída do sindicato e viaja com ele a Curitiba.

O petista não havia atendido à oportunidade oferecida pelo magistrado de comparecer de forma voluntária à Polícia Federal, em Curitiba, até 17h (de Brasília) da última sexta.

Ele quis antes participar de uma missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faria aniversário de 68 anos nesta data, e depois almoçou com familiares.

Moro decretou a prisão de Lula para iniciar a execução da pena de 12 anos e um mês, imposta pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), pelo caso do tríplex do Guarujá (SP). No despacho, houve a ordem do magistrado para que o ex-presidente não fosse algemado e que fosse disponibilizada a ele uma sala em condições especiais na capital paranaense.

Na sexta-feira, após uma tentativa sem sucesso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), os advogados do petista recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar derrubar a ordem de prisão. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, também rejeitou o recurso.

Lula estava desde quinta no sindicato, recebendo apoio de militantes, apoiadores e políticos do PT e de partidos de esquerda. Milhares de pessoas ficaram em frente ao local para apoiá-lo e criticar o pedido de prisão de Moro.

O ex-presidente e seus advogados negociaram e discutiram durante a sexta-feira a forma de se apresentar à PF. Nas conversas, Lula decidiu que se entregaria apenas depois da missa póstuma. Marisa morreu em fevereiro de 2017.

Lula deverá ser levado para Curitiba e começará a cumprir a pena na sede da PF, enquanto aguarda a possibilidade de um habeas corpus ou de um possível novo entendimento do STF para a prisão após condenação em segunda instância.

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