O médium João Teixeira de Faria conhecido como João de Deus, atende cerca de 1000 pessoas por dia na Casa Dom Inácio de Loyola em Abadiânia Goiás. Foto: Cesar Itiberê / Fotos Públicas

O médium João de Deus se entregou à polícia de Goiás durante a tarde deste domingo (16). Ele é acusado por mais de 300 mulheres de ter cometido abuso sexual durante sessões de tratamento espiritual em Abadiânia, no interior do estado. A pedido do Ministério Público, a justiça local havia determinado a detenção na sexta-feira (14).

As acusações contra o líder religioso, que diz realizar tratamentos e “cirurgias espirituais” por meio de entidades que “incorpora”, surgiram no dia 8, quando um programa de televisão conversou com vítimas. Em todos os casos, João levava a mulher para uma sala reservada para sessão em busca de milagres, o que acabava evoluindo para toques e estupros.

Essas denúncias já foram feitas em sete países diferentes, incluindo o Brasil. Uma das vítimas seria a filha do médium. Algumas mensagens indicam que funcionários do centro de atendimento espiritual sabiam e eram coniventes com os crimes. O MP está atuando em vários estados com forças-tarefa para encaminhar denúncias e ouvir vítimas.

Foragido

Na tarde de sábado (15), João passou a ser considerado foragido pelo MP, “pois as diligências de localização em todos os seus endereços resultaram negativas e o comparecimento espontâneo não ocorreu nas 24 horas seguintes à ordem de prisão”. A Secretaria da Segurança discordou da “classificação”, alegando que o juiz não deu prazo.

Dinheiro

Após a primeira denúncia, investigadores identificaram que João de Deus movimentou cerca de R$ 35 milhões de contas pessoais. Esse fato fez com que o MP e a Polícia Civil acelerassem o pedido de prisão. Segundo revelou um jornal no sábado, o dinheiro foi retirado de aplicações que João possui em instituições bancárias.

Defesa

Com a ordem judicial de prisão, o advogado Alberto Toron já avisou que vai pedir um habeas corpus em benefício de João de Deus porque considerou a medida “ilegal e injusta”. Outro membro da defesa, Thales José Jayme, já havia indicado que o médium não tinha “outro caminho” que não fosse o de se entregar às autoridades.

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