O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou de 3,7% para 3,8% a previsão de crescimento mundial em 2016 e manteve em 3,5% a expectativa para este ano, segundo informações do relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, divulgado nesta terça-feira. No ano que vem, no entanto, o órgão prevê um cenário “desigual” no qual as economias avançadas recuperam impulso e as emergentes se desaceleram.

Na dianteira estão os Estados Unidos, que registrou um “vigoroso” comportamento e crescerá acima de 3% em 2015 e 2016, enquanto a zona do euro mostra sinais de alta. Por outro lado, as economias emergentes, que impulsionaram a economia global durante os piores momentos da crise, encaram um cenário marcado pelo arrefecimento da China, as dificuldades da Rússia e a aguda contenção da América Latina.

O gigante asiático deverá crescer 6,8% neste ano e 6,3% em 2016, sem mudanças em suas previsões. Com isso, será superado pela Índia, que avançará 7,5% nos próximos dois anos. Já a Rússia enfrenta uma situação complicada: encolhimento de 3,8% neste ano e de 1,1% no próximo como consequência dos baixos preços do petróleo e das persistentes tensões geopolíticas na Ucrânia.

Além disso, América Latina terá que navegar em um panorama de fraqueza econômica, no qual deverá crescer apenas 0,9% em 2015 e 2% em 2016. Três economias da região devem ter crescimento negativo neste ano: Argentina, Brasil e Venezuela.

O México deve ser um dos destaques da região e crescer 3% este ano, corte de 0,2 ponto ante a estimativa feita em janeiro. A economia mexicana deve se beneficiar da atividade mais aquecida nos Estados Unidos, de acordo com o FMI. Já a Venezuela deve encolher 7% e a Argentina recuar 0,3%.

Brasil – A economia brasileira deve ter uma contração de 1% em 2015, segundo o FMI, que revisa a previsão anterior de um crescimento de 0,3%. O corte, de 1,3 ponto porcentual, foi o maior entre as principais economias avançadas e desenvolvidas. A perspectiva para 2016 também foi reduzida, em 0,5 ponto percentual, para um crescimento de 1%.

“A confiança do setor privado tem permanecido teimosamente fraca, mesmo depois de a incerteza relacionada às eleições ter se dissipado, refletindo o risco de racionamento de eletricidade e água no curto prazo, desafios de competitividade ainda sem solução e os efeitos da investigação da Petrobras”, destacou o FMI em nota.

Os novos números são divulgados após a economia brasileira ter conseguido em 2014 o crescimento mínimo de 0,1%, registrando o pior desempenho para os investimento em 15 anos.

O FMI também piorou sua visão para a alta dos preços ao consumidor em 2015, projetando a inflação em 7,8%, contra 5,9% no relatório anterior, bem acima do teto da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Para 2016 a estimativa do organismo é de inflação de 5,9%.

(Da redação)

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