O engenheiro Shinko Nakandakari, o primeiro dos onze operadores de propina na Diretoria de Serviços da Petrobras a fazer acordo de delação premiada, confirmou na Justiça Federal, na quinta-feira, que pagou propina “em dinheiro vivo” ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Pelo menos 1 milhão de reais ele afirma ter entregue em mãos a Duque, em parcelas. Outros 4,4 milhões de reais afirmou ter passado para Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.

Shinko depôs em audiência do juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, em Curitiba. Há duas semanas, o operador fez seu primeiro depoimento em regime de delação premiada e revelou ter pago propina “em espécie” para Duque, que foi diretor de Serviços da Petrobras por indicação do PT.

Duque chegou a ser preso em novembro pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal petrolífera. Dias depois, no entanto, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o ex-diretor. Duque nega ter recebido propinas. Reiteradamente, Duque tem declarado que não participou de nenhum esquema de corrupção na Petrobras.

O advogado Rogério Tafarello, que defende Shinko, afirmou que seu cliente “foi fiel à realidade dos fatos sobre os quais foi indagado, conforme lhe impõem a lei e o termo de colaboração, da mesma forma como já o fora nos depoimentos prestados ao Ministério Públicos.”

(Com Estadão Conteúdo)

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