Equipamentos culturais em São Paulo consumidos por incêndios, de modo geral, passam anos como escombros, à espera da ressurreição. Foi assim, por exemplo, com o Teatro Cultura Artística, destruído em 17 de agosto de 2008, e também com o Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, que pegou fogo no dia 29 de novembro de 2013 e, dois anos depois, ainda não tem previsão de reabertura.

Entre os exemplos de espaços históricos afetados por incêndios, dois apenas estão em funcionamento: o Teatro Oficina, destruído em 1966, que adotou novo endereço, no bairro da Bela Vista, e o Cine Belas Artes, que teve a Sala Cândido Portinari consumida pelo fogo em abril de 2004.

Na segunda-feira, 21, dois terços da Estação da Luz, patrimônio histórico do centro de São Paulo, onde funcionava o Museu da Língua Portuguesa, foram destruídos. O governador Geraldo Alckmin, que esteve no local, prometeu reconstruir o museu, cujo projeto, assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro, deve orientar a reforma, que Alckmin espera ter participação da iniciativa privada.

O dinheiro, como se sabe, anda curto. Desde 2008 a Sociedade de Cultura Artística tenta levantar recursos financeiros para construir um novo teatro no lugar daquele que foi destruído. Do incêndio restou apenas o painel de Di Cavalcanti (Alegoria das Artes) que ornamenta a fachada, também preservada, ambos declarados patrimônio histórico municipal há cinco anos.

O projeto do novo Teatro Cultura Artística está a cargo do arquiteto Paulo Bruna, que trabalhou no escritório de Rino Levi, responsável pelo prédio original, inaugurado em 1950. O novo teatro vai ter três vezes o tamanho da área do destruído. A obra está aprovada e o alvará de execução foi emitido em junho deste ano.

Caso igualmente dramático é o do Memorial da América Latina, projeto de Oscar Niemeyer. Dois anos após o incêndio no Auditório Simon Bolívar, o cimento da edificação continua chamuscado. A tapeçaria da pintora Tomie Ohtake, morta em fevereiro, foi totalmente consumida pelo fogo, mas pode ser fielmente reconstituída, segundo seu filho Ricardo Ohtake.

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