1412009016Depois de sete meses internado em uma clínica de reabilitação perto de São Paulo, Hudson, da dupla com Edson, teve alta na última segunda –feira (22) e pôde voltar à sua rotina. Internado a pedido do pai, o sertanejo conversou com Fantástico, no domingo (21), sobre o fim dessa difícil fase.

“Eu fiquei entre a morte e a vida”, contou. “Entre morrer e viver, eu preferi viver. E aqui foi onde eu aprendi a viver novamente. Acho que é o dia mais feliz da minha vida. Eu estou voltando para a sociedade, só que limpo, né?”, disse ele ao sair da clínica.

“Eu via o diabo todo dia dentro de uma garrafa. Todo dia, eu trocava um almoço, meu café da manhã, por uma talagada de uísque. Aí, entrei nessa de cocaína. Acho que eu fui o primeiro artista no mundo sertanejo que botou a cara a tapa”, contou o cantor Hudson.

A família de Hudson também estava lá. A noiva, o pai e a mãe. Edson, o irmão e parceiro de palco, fez questão de acompanhar o momento. “Dá um gelo na barriga. Não vejo a rua faz sete meses”, conta Hudson.

A internação na clínica foi ideia do Seu Jerônimo, pai do Hudson. Ele percebeu que o filho estava sem controle. “Eu falei: ‘meu filho, o que que está acontecendo com você? Você esqueceu que a sua família é tão grande, você tem milhões de famílias que te amam e te adoram no Brasil’. Me emociono de falar. Aí, ele falou para mim: ‘Pai, eu não estou bom’”, lembrou o pai de Hudson, Jerônimo Silva.

“Logo que eu fui internado, eu fiquei muito chateado. Mas, hoje, eu vejo, assim, que foi um ato de amor”, contou Jerônimo ao Fantástico.

Questionado sobre o que teria acontecido com ele caso não tivesse buscado o tratamento, Hudson é enfático: “Morto, com certeza”.

Consequência do uso de drogas e álcool desde muito cedo, Hudson revelou que descobriu problemas no fígado e no cérebro.

“Foi através do tratamento que eu descobri a lesão que eu tinha no fígado. Tive duas lesões no cérebro, uma do lado direito, uma do lado esquerdo. A cocaína entrou na minha vida, feio mesmo assim, quando eu comecei a trabalhar demais”, lembrou.

Hudson começou a cantar com o irmão Edson ainda criança. Já são 35 anos de carreira. Juntos, formaram uma dupla de sucesso. Chegaram a se separar por dois anos, entre 2009 e 2011. Edson seguiu carreira solo.

Depois, voltaram a cantar juntos. No começo desse ano, a carreira foi interrompida mais uma vez. O vício de Hudson começou a ficar incontrolável por causa de uma tragédia pessoal.

“Por causa do suicídio da Larissa. Aí eu vi que eu tinha caído em um buraco mesmo, sozinho eu não conseguia”, ele conta.

Larissa foi uma das esposas do cantor. Ela se matou em 2012. “Quando houve essa tragédia na minha vida, aí eu comecei a usar todo dia. Uísque, eu não tomava nem na xícara mais. Tomava no bico mesmo. Eu dormia com a garrafa do lado da cama, entendeu? Acordava e já bebia de novo. Descontrole total, descontrole total”, ele diz.

Em 2013, Hudson foi preso duas vezes no mesmo dia por porte ilegal de armas. Ele diz que é colecionador.

“Eu sentia a culpa de ter, de repente, estragado a carreira por causa daquilo, entendeu?”, lembra Hudson.

Ele ficou muito perto da morte: “Tive 12 overdoses. Na maioria das vezes, tinha gente perto, os amigos, tal. A última overdose que eu tive, quem me levou para o hospital foi a Thayra”, revela.

Thayra, a noiva 24 anos mais nova, fez o cantor mudar. “Eu conheci a Thayra e quis mudar de vida. ‘Você tem que ter um homem do seu lado, não quero que você tenha um drogado’”, ele diz.

“Eu me sinto 100% recuperado. Sinceramente eu tenho medo de uma recaída. Não adianta eu ser hipócrita de falar que eu não tenho medo, porque eu tenho medo sim. Mas esse medo é bom, é esse medo é que vai me manter afastado”, ele destaca.

Ele não ficou com sequelas. Com a desintoxicação, os problemas no fígado e as lesões no cérebro desapareceram.

Desde março, Hudson não pisava em um estúdio. Ele foi até um em São Paulo com o irmão Edson e com a banda. “Estava com muita saudade”, contou.

O sertanejo com jeitão de roqueiro não demorou para se sentir à vontade. A dupla já vai lançar um disco novo. O Hudson gravou as músicas do CD em um estúdio improvisado dentro da clínica de recuperação e, em novembro, Edson e Hudson botam o pé na estrada. “Eu sempre senti aquele friozinho na barriga, mas, dessa vez, o friozinho está um ‘Polo Norte’ na barriga”, ele brinca

“É muito mais maluco você estar sem usar nada. Quando você está sóbrio, você enxerga a vida como ela é”, diz Hudson.

Enquanto esse dia não chega, Hudson voltou com a noiva para Limeira, no interior de São Paulo, onde mora com Thayra.

Por O Fuxico | www.ofuxico.com.br

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